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1 de mar. de 2014

Taí uma onda que gosto demais. Sei que existe um tremendo hype em torno de bandas como o Broken Bells, tudo é muito "muderno", mas não dá para deixar de abrir um sorriso ao som de músicas como "The high road" ou, mais recentemente, "Holding on for life".

Vamos do começo: o Broken Bells é uma dupla americana formada por Brian Burton, mais conhecido como Danger Mouse, e James Mercer, cantor e compositor da banda The Shins. Danger Mouse ficou conhecido mundialmente pela parceria com Cee-Lo Green no Gnarls Barkley (aquele do hit "Crazy") e se tornou um requisitado produtor que já trabalhou com Beck, Gorillaz e Black Keys. Atualmente, ele produz o próximo álbum do U2. A frente do Shins, James Mercer é considerado um respeitado melodista do cenário indie, com influências que vão do R.E.M. ao bom e velho Beach Boys.

Em 2004, durante o festival Rockilde, realizado na Dinamarca, eles descobriram que eram fã um do outro. A parceria, no entanto, só ganhou forma a partir de 2008. Após alguns singles e um EP, veio o primeiro álbum: "Broken Bells", lançado em 2010. O segundo trabalho da dupla saiu em fevereiro deste ano e se chama "After the disco".

Em linhas gerais, o som dos dois discos pode ser definido como um "space rock". Algo meio futurista, carregado nos sintetizadores e programações eletrônicas, mas pontuado por violões e grandes melodias. É o típico clima "viajante", que leva o pensamento do ouvinte para longe. Na minha playlist pessoal, ele se mistura com TV On the Radio, Apples In Stereo, Toro y Moi, Air e até Black Seeds, banda de reggae classuda que também frequenta outras galáxias sonoras.


A colaboração de Mercer no Broken Bells é mais previsível. O tom melancólico, os falsetes e as letras filosóficas lembram, por exemplo, "Port of Morrow", ótimo e recente trabalho de estúdio do Shins. Danger Mouse, por sua vez, é mais surpreendente. Com tanta diversidade no currículo, incluindo o polêmico "The Grey Album", um mashup de Beatles e o rapper Jay-Z, dá para esperar qualquer coisa de sua mente. 

"After the disco", como o próprio nome indica, é mais dançante que "Broken Bells". Ao contrário do álbum anterior, dá para notar uma discreta ambição comercial. Neil McCormick, do jornal britânico The Telegraph, chega a comparar o estilo vocal de Mercer com o trio Bee Gees. Ainda que o resultado seja bem diferente, ele também aproxima a pegada retrô-futurista da dupla com o premiado álbum "Random access memories", do Daft Punk. O recado fica claro em músicas como "Perfect world", "After the disco", "Holding on for life" e "Medicine". 

Pode ser impressão minha, mas considero o álbum "Broken Bells" ligeiramente mais "espacial" que seu sucessor. Há mais passagens calmas e instrumentais. E claro, tem "The high road", uma linda canção noturna de estrada. Fiquem com esse som!

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