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8 de mar. de 2011

Black Drawing Chalks (GO): figurinha certa no MultiRock Edição Brasil
A primeira ideia que me ocorreu ao voltar a trabalhar com a rádio Multishow FM foi criar um programa exclusivo para o rock nacional. Não aquele rock que nos é empurrado goela abaixo nas rádios convencionais e que só afasta os amantes do estilo, mas sim um universo de bandas que mandam muito bem e que ficam isoladas em nichos da internet e nas cenas independentes espalhadas pelo Brasil. Vez ou outra, algumas dessas bandas aparecem na mídia tradicional, mas a frequência ainda é baixa. Faltam espaços adequados para essa turma mostrar a cara.

Pois bem, resolvi fazer alguma coisa. O programa se chama MultiRock Edição Brasil e vai apresentar essas bandas novas que estão arrebentando por aí e o grande público não sabe. Ainda rola um espaço para os clássicos do BRock de todas épocas, ou seja, na mesma sequência musical dá para ouvir, Los Porongas, Holger, Violins, Supercordas, Arnaldo Baptista, Raul Seixas, Júpiter Maçã, Plebe Rube e Raimundos.

E não é só isso! Na medida do possível, artistas serão entrevistados para contar o que andam aprontando e escolher músicas para tocar no bloco final. Nas primeiras edições terei o Black Drawing Chalks (GO), Holger (SP), Cachorro Grande (RS) e Vivendo do Ócio (BA). Só coisa fina.

A nova atração da Multishow FM ainda não tem dia e hora confirmados. Tudo indica que será quarta-feira, às 21h. Aviso mais perto da estreia.

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Beto Bruno: papo vai ao ar no terceiro programa
Aí vai um trecho da entrevista que rolou com o Beto Bruno, vocalista da Cachorro Grande. 

PH: Você apresenta o Segunda-feira sem lei na Transamérica junto com a Pitty e o Daniel Wescler do Nx Zero e tocam de tudo em matéria de rock'n'roll. Você é um cara que acompanha para valer bandas novas aqui do Brasil, ou vive em outra esfera do tempo e do espaço no universo musical?

Beto Bruno: É legal de sua parte lembrar do programa, assim a gente vai se armando. As rádios têm que voltar a tocar rock, o que não é prioridade em nosso país faz muito tempo. Agora, eu sou um pouco das duas coisas. Eu trabalho com música e moro na esquina da Rua Augusta com a Frei Caneca. Segunda-feira tem cinco ou seis bandas tocando aqui, não tem como não acompanhar. E como eu tenho a minha banda, preciso ficar esperto com o que está rolando. Mas também vejo os mais velhos que gosto pra aprender alguma coisa.

PH: E a Cachorro Grande já está quase entrando na lista dos mais experientes, não? São dez anos de estrada...

BB: É, dez anos é uma longa estrada. Quando a gente está dentro nem se dá conta disso. Tudo muito intenso, cinco discos, vamos fazer um novo agora... O negócio é não parar para não ver o tempo passar, saca? E eu não estou emoldurado nessa história do rock. A gente tem essa novidade aí, a gente gosta de sempre fazer um disco diferente pra se sentir novo. Eu nunca me distanciei do underground, mesmo dando uma beliscadinha no mainstream. Isso daí mantém a gente na estrada como se fosse banda que estivesse começando.

PH: Como você enxerga o panorama atual do rock no Brasil? Dá para uma banda se virar numa boa? 

BB: Existe um burburinho na internet, que é a única maneira das bandas novas serem divulgadas. Eu não tinha isso há 11, 12 anos, era uma novidade ainda. Hoje essas bandas têm isso, mas, por outro lado, achando que têm esse veículo na mão, acabam não participando de veículos mais popularescos como a televisão e o rádio. E o melhor amigo do rock'n'roll é o rádio, não tá tocando rock no rádio! Tem banda de rock que pra tocar precisa fazer a versão "rococó". Então está cada vez mais difícil, o que deveria ser o contrário. Cada vez mais as pessoas não podem escolher o que ouvir. Eu tenho medo de ligar no rádio. Não me ligo no que toca no rádio como me ligava na metade da década de 80 até metade da década de 90. O que está tocando não é mais referência pra nada. A não ser que existam dois programas, o meu e o seu, legal! Mas isso tem cada vez menos. Em Porto Alegre existem alguns programas na Rádio Ipanema que acho do caralho, saca? As bandas levam o CD lá, se o público gosta, toca mais, sem rabo preso com ninguém. Por ter a internet, as bandas acham que estão fazendo alguma coisa, mas isso é muito pequeno em comparação com o que passa no rádio e na TV.

PH: Já tem a previsão de alguma novidade da Cachorro Grande para este ano? O último trabalho foi de 2009.

BB: Vamos entrar em estúdio no começo de abril pra gravar o sexto disco. Separamos 16 músicas que vão se transformar num disco com 14 faixas. A gente está naquela fase de expectativa de saber o que vai acontecer dentro do estúdio. É uma palavra de ordem nossa lançar um trabalho de dois em dois anos pra estar sempre na estrada e sempre voltar nas cidades que a gente já tocou com coisa nova.

PH: E a sonoridade desse trabalho, é o bom e velho Cachorro Grande ou rola alguma experimentação?

BB: Nos primeiros discos a gente costumava ser muito influenciado pelas bandas que a gente gostava. Hoje, pouco a pouco, a gente está conseguindo ter uma sonoridade Cachorro Grande. A gente já está até imitando a nós mesmo. Nem dá pra dizer que tipo de som vai sair, depende muito do que vai rolar dentro do estúdio. O que sei é que as músicas estão mais pesadas porque temos duas guitarras mais ativas. Eu estou tocando mais guitarra e deixo o (Marcelo) Gross mais solto pra ficar solando. Já o baterista tem que tocar mais alto, são dois combos de guitarra atrás dele.

2 comentários:

Rany disse...

Maneiro, PH. Boa sorte na sua nova empreitada!! bjs

Unknown disse...

Valeu, Ranyelle Cristina!