
E o momento é oportuno. O filme sobre Edith Piaf (Piaf: um hino ao amor) foi um grande sucesso e certamente despertou o interesse do público por outros nomes da música francesa. A questão é que ao contrário da cantora, tudo que envolve a persona de Gainsbourg não pode ser unanimidade e com esse filme a história não é diferente. Pontos altos e baixos se alternam, mas, no geral, o saldo é positivo.
A diretora Joann Sfar foge de algumas fórmulas do gênero cinebiográfico ao deixar claro que o filme é uma fábula sobre a vida de Gainsbourg. A licença poética, porém, tem erros e acertos. O ponto alto são os diálogos do protagonista com seu alter ego, um boneco gigante em forma de caricatura que o acompanha da infância à velhice. Foi a solução perfeita para aprofundar os conflitos psicológicos do artista. Por outro lado, a falta de linearidade da trama torna algumas sequências confusas até para quem conhece a história do artista. A diretora não se preocupa em dar muitas explicações e acaba deixando uma dúvida no ar: trata-se uma opção estética, para que o espectador tire suas próprias conclusões, ou, de fato, faltou amarrar melhor o roteiro? Eu fico com as duas hipóteses.
Assim como aconteceu com Marion Cotillard em Piaf, a caracterização do ator principal, Eric Elmosnino, é impressionante. Aliás, não só a dele. Brigitte Bardot, France Gall e Jane Birkin também são muito bem representadas. O fato triste é que a atriz Lucy Gordon, que fez o papel de Jane, morreu antes de o filme ser concluído. Tudo indica que ela cometeu suicidou. Por conta disso, o filme é dedicado a ela.
Gainsbourg, vie héroique foi lançado na França em janeiro e desconheço se há previsão de lançamento nos cinemas brasileiros. Até agora, não li nada a respeito, mas já rolam versões legendadas na internet para quem quiser baixar. Se você curte boas sequências musicais, costuradas com muita sensualidade e elegância, tenho certeza que o filme vai agradar.
Observação: hoje é o tal Dia do Sexo, não é? Então esse aí pode ser o filme do dia! Desculpem-me por botar o lide da resenha no pé dela, mas eu não queria que o texto ficasse puramente associado a uma bobagem publicitária dessas.
1 comentários:
Boa, PH! Vai outro filme para minha lista, rs.
E obrigado por concordar comigo na questão das bobagens publicitárias. Cara de pau um país que tem um feriado inteiro focado em sexo - carnaval - inventar mais uma desculpa pra isso.
bjs
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