Parecia até que sete de maio é alguma data marcante na história do rock. Tudo começou bem cedo, no trabalho, dia de aniversário do portal GloboRadio.com. O Ramirez foi a banda escolhida pelos internautas pra fazer nossa festa e mandou seu “rock-de-matinê” para um público composto, em sua maioria, por meninas no auge da puberdade. Mas o papo sério estava reservado pra mais tarde. O Oasis faria seu primeiro show no Brasil desde 2006 trazendo na bagagem os clássicos de sempre e – finalmente – um excelente álbum de estúdio, Dig Out Your Soul (2008).
Depois do expediente, peguei minha credencial, minha máquina e um disco do Erasmo pra esquentar a longa viagem até o Citibank Hall, local do show dos ingleses. Fui ouvindo Sonhos e Memórias (1972), uma pérola muito, mas muito pouco lembrada do rock tupiniquim. Um dos trabalhos mais maduros do Tremendão e belíssima homenagem ao bom e velho rock’n’roll. Estava só no aquecimento.
Antes do Oasis entrar em cena, mais um sinal de que a astronomia roqueira conspirava a meu favor. Sabe quem fez o show de abertura? O Cachorro Grande, banda que não traz nenhum elemento novo em termos musicais e visuais, mas executa com extrema competência sua paixão pelo - adivinhe - bom e velho rock’n’roll! E ainda teve uma canja de Samuel Rosa ao fim tocando I Saw Her Standing There e Helter Skelter, dois verdadeiros petardos dos Beatles. Com tanta energia, digo sem medo que foi um dos melhores shows de abertura que já vi.
As músicas do Fab Four já pontuavam o dia. Na matinê roqueira, o Ramirez tocou Please Mr. Postman, clássico chiclete dos anos sessenta regravado com êxito pelos rapazes de Liverpool.
Mas vamos ao que interessa.
Os irmãos Gallagher, Gem Archer, Andy Bell e Jay Darlington, tecladista convidado, fizeram valer a pontualidade britânica e, às 22h, cerca de 8 mil pessoas já pulavam insandecidas ao som de Rock’n’Roll Star. O Multishow transmitia o show ao vivo, isso explica a rigorosidade do cumprimento do horário.
Liam e Noel, como de costume, não trocavam olhares e muito menos sorrisos. Essa é a parte engraçada do show. Quando Noel cantava, Liam saía de cena. E quando Liam assumia o microfone, Noel ficava quieto no canto tocando guitarra. O público já está mais do que acostumado com isso, faz parte do “folclore” da banda.
Mas, quando a música é boa, a pose e a marra roqueira não deixam de ser bem vindas. Tá no sangue do gênero. Qualquer um que pegue numa guitarra tem o direito de se achar o rei do mundo. Se tem uma coisa que me irrita hoje em dia no universo pop é roqueiro bonzinho demais. Hoje todo mundo quer ficar bem na fita sem assumir seus defeitos e contradições em troca de um bom contrato publicitário. Parece que os valores se inverteram no mundo do rock, inclusive no que diz respeito ao marketing.
O show terminou com uma versão de I Am the Walrus, mais um clássico dos Beatles, banda onipresente em nossas vidas e especialmente nesse dia regado a rock´n´roll.
Na volta pra casa, o epílogo perfeito: Na “vitrola” do carro a melancolia de Neil Young reinava soberano no clássico On the Beach (1974)… Fim de festa!
Gravei Morning Glory, uma das minhas músicas prediletas, no calor da galera. O som tá ruim, mas vale a pena conferir.
1 comentários:
O show (do Oasis, rs) deve ter sido maravilhoso mesmo. Nem acompanhar pela Multishow eu pude, mas só de ver os flashes das matérias da TV, já bateu uma frustração básica, hehe
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