:::: MENU ::::

3 de mar. de 2009

Acaba de ser lançada na Europa a coletânea "War Child presents Heroes", com algumas revelações e nomes badalados da cena atual interpretando clássicos de artistas consagrados dos anos 60, 70 e 80. O mais interessante é que os intérpretes e as canções foram escolhidos pelos autores das músicas originais. Imagine, que responsa, Bob Dylan te pedindo para gravar Leopard-Skin Pill-Box Hat? Foi o que aconteceu com o americano Beck.

A War Child, como diz o próprio nome, é uma ONG mundialmente conhecida pela ajuda que oferece a crianças vítimas de guerras. Desde 1995, o grupo desenvolve projetos sociais ligados à música e uma de suas características é apontar tendências e consolidar nomes da cena pop contemporânea. Além de ser um ótimo termômetro para saber quem está por cima, uma compilação como essa, de releituras, é divertidíssima para o público e desafiadora para os artistas.

Posto o tracklist para que todos percebam a linha do álbum. Em geral, os artistas que recebem o tributo ficaram conhecidos pelo engajamento social em suas obras ou se envolveram em causas humanitárias, mas não se trata de uma regra.

01. Beck (Bob Dylan - "Leopard-Skin Pill-Box Hat")
02. Scissor Sisters (Roxy Music - "Do The Strand")
03. Lily Allen feat. Mick Jones (The Clash - "Straight To Hell")
04. Duffy (Paul McCartney - "Live And Let Die")
05. Elbow (U2 - "Running To Stand Still")
06. TV On The Radio (David Bowie - "Heroes")
07. Hot Chip (Joy Division - "Transmission")
08. The Kooks (The Kinks - "Victoria")
09. Estelle (Stevie Wonder - "Superstition")
10. Rufus Wainwright (Brian Wilson - "Wonderful / Song For Children")
11. Peaches (Iggy Pop - "Search And Destroy")
12. The Hold Steady (Bruce Springsteen - "Atlantic City")
13. The Like (Elvis Costello - "You Belong To Me")
14. Yeah Yeah Yeahs (The Ramones - "Sheena Is A Punk Rocker")
15. Franz Ferdinand (Blondie - "Call Me")

Faixa bônus da versão americana:

16. Adam Cohen - (Leonard Cohen - "Take This Waltz")

Já adianto que as interpretações são controversas, mas há mais acertos do que erros. Não me agrada, por exemplo, ouvir Lily Allen cantando The Clash. Ela é uma dessas cantoras com prazo de validade e que pouco acrescentam aos nossos ouvidos. Ouvi-la ao lado de Mick Jones, membro original do Clash, chega a ser constrangedor, mais por Mick do que por Lily. Outra interpretação que passou longe de ser unanimidade foi a versão de Duffy para Live and let Die. Tudo por causa do tom ultra-meloso que ela dá à música de Paul McCartney. Eu concordo que Duffy às vezes exagera em seus trejeitos vocais, mas achei fantástica a levada soul que a música ganhou. A idéia de usar um coro "quase gospel" no lugar da orquestra foi uma excelente sacada.

O Hot Chip também ousou na canção do Joy Division. Imagino fãs fervorosos da banda em discussões acaloradas sobre essa releitura... Eles reforçam o lado dançante da música e não hesitam em botar fortes efeitos eletrônicos no vocal outrora sombrio de Ian Curtis. O que os fãs do lendário cantor e compositor acharão disso? Nem quero me meter nessa história!

O melhor do disco, no entanto, fica com o TV On The Radio, Yeah, Yeah, Yeahs e Franz Ferdinand. Os primeiros são uma das melhores bandas da atualidade. A versão para Heroes é sombria e maravilhosa, afirmo sem medo que é a melhor música do disco. Já o Yeah Yeah Yeahs e o Franz Ferdinand se destacam pela simplicidade e energia ao executar temas que exigem apenas esses dois pré-requisitos, e nada mais.

War Child presents Heroes não será lançado no Brasil. Boa desculpa para você baixar aqui, sem dó!


O vídeo abaixo conta um pouco da história da War Child e mostra bastidores da produção da compilação.



Categories:

1 comentários:

Rany disse...

Acho que a Tuta vai é gostar, PH!

Ela tb é super cabeça, gosto dos posts dela também.

E em relação ao post, estou ansiosa para ouvir Victoria então. Estou virando fã mesmo, olha só!

rsrs

Bjs